27/07/2013

De que falo quando falo de caril?

Na cozinha como noutras realidades, muitas vezes acontece que o melhor é não pensar muito e  ir de cabeça. Quantas vezes se perde o pé por excesso de atenção, excesso de preocupação e detalhe?

Este fim de semana fiz um vindalho para levar a uma festa onde a presença de especialistas no assunto me deixou preocupado e foi tanto o empenho, tanta a prova, tanta a correção que aquilo perdeu a "vida", ficou demasiado embrulhado. demasiado sério e no fim, um tiro ao lado.
Em contrapartida hoje fiz um caril de legumes para o meu almoço, sem seguir receitas e sem muitas especiarias e ficou excelente, saboroso mas ligeiro e, com arroz branco por baixo e uma colher de iogurte por cima, estava mesmo bom, coisa de que me orgulharia mais se não estivesse sozinho a almoçar, mas fica a constatação

Um caril que começou com óleo na frigideira, onde depois deitei 1 colher de café com sementes de cominho e outra com sementes de mostarda. Quando começaram a estalar juntei meia cebola picada, 1 dente de alho e 1 malagueta.  Fui mexendo enquanto a cebola alourava e depois juntei 1/4  de pimento verde em cubos e 3 colheres de sopa de grão cozido. Juntei sal, pimenta, 1 pitada de curcuma(açafrão das Índias) e 2 ou 3 colheres de sopa com água - como vi num dos episódios de Rick Stein na Índia, - para fazer molho. Deixei ferver 2 minutos e apaguei o lume. Juntei logo 1/2 tomate em cubos, coentros frescos picados e um pouco de sumo de limão.
Simples e delicioso, sem receita nem preocupações como tantas coisas poderiam ser. Há um momento em que se pode parar de complicar e passar a fazer. No worries

E então de que falo? De tudo, das coisas que fazemos sem muita reflexão, apenas porque nos parecem bem, sabem bem e quando resultam têm um mistério acrescido por terem sido feitas sem rede, quase de olhos fechados e seguindo apenas o nosso próprio nariz, ou como neste caso, nariz, boca, olhos, desejo, tudo.

Aprender, esquecer e fazer, é disso que falo

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