02/01/2018

Em Janeiro o Luar



(Vimos a Lua bem cheia sobre o mar nas primeiras horas de Janeiro. Pouco mais de uma semana antes tínhamos comido este arroz que agora conto. O resto que não se conta é feito de pequenos gestos, de olhares e sorrisos irrepetíveis )  

 ***

Amanhã recomeçam as aulas depois das férias de Natal, uma coisa de que já mal me lembrava, mas soube bem, até porque é uma confirmação de que sou mesmo um estudante.

Quase que me esquecia da escola, se não fossem as mensagens dos colegas, a recordação quase diária dos trabalhos de casa ainda por  fazer e as tarefas culinárias, remetendo-me para o muito que tenho aprendido nestes curtos meses iniciais.

Deste arranque da minha vida de estudante, ficara apenas um (pequeno) lamento. No dia  dedicado ao arroz, quando o chef referiu as preparações que iríamos realizar, houve uma que me chamou a atenção em particular: o arroz de hortelã tal como fazem no restaurante eborense, Luar de Janeiro - onde nunca fui e nem sequer de nome conhecia antes, mas a pequena descrição feita do prato e o meu amor por tudo o que seja arroz, deixaram-me expectante. No entanto não houve tempo para o fazer nesse dia e eu fiquei com o tema atravessado...

Durante as férias, acordei várias vezes a pensar no assunto e um dia avancei de olhos fechados para o dito. Aquilo que eu sabia era pouco, mas segui as pistas:

  • ·         Refogado de alho
  • ·         Cebola inteira
  • ·         Molho de hortelã

Sabia que havia um caldo knorr, mas como bom aluno do meu professor, fiz eu um caldo simples com cenoura, cebola, alho francês, louro e barriga fumada e com o caldo pronto e um lombinho de porco temperado (alho, azeite, vinho branco e louro) e pronto a grelhar, virei-me para o arroz imaginado.
Com dois dentes de alho picados e uma flha de louro fiz o refogado, a que juntei depois 1 copo bem cheio desse Carolino tão nosso querido. Depois de envolver o arroz no refogado, deitei o caldo necessário (2 copos), a tal cebola inteira, apenas descascada  e coloquei a tampa. A meio dos 10 minutos da praxe, abri mexi e juntei  uma mão cheia de hortelã (ramos com as folhas) e voltei a tapar.
Entretanto  reservara umas folhas pequenas  da hortelã, para antes de servir, poder  tirar o ramo e juntar  as folhas novas.
Gostei muito do "meu" arroz de hortelã, que veio nesse dia fazer companhia ao lombinho grelhado e completar uma aula que fora bem recheada de delicias com arroz . Agora tenho de ir a Évora provar o outro. O verdadeiro.

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