21/11/2017

Sol

Para os meus filhos Jaime e Madalena.


A minha filha está à beira de fazer 17 anos e cada vez que penso nisso comovo-me.
Tenho passado os últimos dias com o Forever Young do Bob Dylan na cabeça. Essa canção pertence ao Planet Waves, considerado um álbum menor, mas que é o meu preferido e não só por  essa canção.
Dylan escreveu-a para o filho Jakob e sempre que a oiço penso nos meus filhos e comovo-me.
Já a encontrei numa lista das 10 piores de Dylan, por isso eu não devo perceber nada de música.


May God bless and keep you always
May your wishes all come true
May you always do for others
And let others do for you
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung
May you stay forever young
*bob dylan*

Para além dos filhos, há o sol que insiste em brilhar novembro adentro, e se bem que a seca seja preocupante, o azul do céu limpo fica muito bem nesta cidade linda em que vivo.

Há alguns anos  que comecei a fazer doces no verão, como forma de diminuir a distância entre a minha idade actual e os tempos de esfolar os joelhos nas pedras da Cerca de Santo António e correr à primeira chamada para o pequeno almoço ou lanche, certo de encontrar os deliciosos doces da minha avó Celeste. Ginja, Tomate, Pera, Melão, Damasco, Maçã, Ameixa, Abóbora,  etc , pois tudo serve para, passado o Verão, voltar a ele com uma fatia de pão barrada de sol.

É isso que continuo a fazer. E aqui nesta Lisboa que amo, a ouvir Bob Dylan e a preparar uns petiscos para os anos da minha filha, vou comendo pão (da Gleba) com doce de pêssego que fiz em Julho e me sabe mil vezes melhor agora que os pêssegos estão longe, mas uma parte da sua magia continua aqui, neste frasco de cor dourada cheio do Sol do Verão Português. 

1 Kg de Pêssegos descascados
 500 g de açúcar
1 casca de limão

ferver até atingir os 110º, se for preciso desfazer com recurso a uma varinha mágica, guardar em frascos esterilizados e esperar que o verão acabe, para desfrutar em pleno da magia 

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