para a MJ
Feito para seduzir e nada mais.
Queria usar raia, mas na praça (mercado de Alvalade), a Bela informou-me que em Maio não há raia (devia haver um ditado popular para isto) pois o bicho estará longe do seu explendor. Disseram-me para levar o cantaril e como de costume não fiz mal em seguir o conselho de quem sabe.
O cantaril é um peixe de pele rosada e carne branquísisma, de sabor suave e textura macia que se portou muito bem neste preparado tropical inspirado nos pratos referidos no princípio do texto, mas não seguindo a receita de nenhum deles.
Preparar o peixe e o caldo
O bicho não era grande e estava separado em 3 partes, a cabeça com uma gola razoável, uma boa posta e o rabo. Deitei-lhe umas pedras de sal , 1 cebola em rodelas finas, meio tomate sem peles nem sementes e cortado em cubos, 1/4 de pimento vermelho em cubos, 1 colher de sopa com coentros frescos picados e sumo de meia lima. Assim ficou durante meia hora.
Depois de marinado foi a cozer com todo o seu "entulho" vegetal, numa mistura de leite de coco (1/2 lata) e caldo de cabeças de camarão ( os bichos tinham sido comidos na véspera e resolvi aproveitar as cascas para enriquecer o meu peixe, mas podia ter sido só água).
Cozedura breve (5 minutos) seguida de descanso no caldo até se poder limpar de peles e espinhas. Separada a alva carne das saborosas espinhas, voltou o caldo ao lume com os restos do peixe para apurar o sabor. Nesta altura acrescentei 1 copo com água para aumentar o volume líquido e deixer fervilhar durante 20 minutos.
Preparar a mandioca
Como queria engrossar o caldo com farinha de mandioca, deitei numa tigela 5 colheres de sopa com farinha e juntei um copo com água. Mexi para não ficarem grumos e deixei a farinha inchar. Ainda voltei a juntar mais água e mexer pouco depois, porque estava a ficar seco.
O prato final
De seguida, piquei uma cebola, 1 dente de alho, a outra metado do tomate e uma tirinha de pimento vermelho e levei ao lume numa panela com 3 colheres de sopa de azeite. Assim que aquilo começou cantarolar, juntei o caldo (depois de coado) e esperei que começasse a fervilhar. Deitei umas colheres desse caldo para a farinha e voltei a mexer. Provei o caldo, juntei 2 colheres de sopa com óleo de palma, o resto da lata de coco (antes usara 1/2 ) e a farinha. Deixei cozinhar por mais 15 minutos e não me lembro se tive de juntar mais água por causa da farinha, mas acho que não. Ao fim desse tempo arrumei o peixe na panela apenas para aquecer uns 2 ou 3 minutos.
Acabei com coentros frescos picados e sumo de 1 lima.
Foi para a mesa com arroz branco e teve direito a elogios que me pareceram sinceros e (digo eu) merecidos.
Ofensas à parte... Moqueca não leva mandioca, e o peixe e comido cozido em postas, e comido da mesma maneira!! ;)
ReplyDeleteDscp a "intromissão", mas sou Bahiana (pessoa oriunda do estado da Bahia, Brasil)...
Olha a receita da moqueca aqui:
http://tudogostoso.uol.com.br/receita/2831-moqueca-de-peixe.html
eu sou Lisboeta (pessoa nascida em Lisboa, Portugal) e chamei à receita "Peixe com leite de coco e óleo de palma" por não se tratar de moqueca nem moamba - que é uma prato de Angola, África. Quanto à receita que me enviou já vi e não aprendi nada que não soubesse. Repito, eu não estava a tentar fazer uma moqueca Baiana, e não me parece nenhum pecado o que fiz e contei.
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