depois veio o fogo, começou a culinária e com ela novos prazeres.
primeiro foram os grelhados, depois os cozidos e a coisa nunca mais teve descanso até aos nossos dias, onde convivem lado a lado a fome de uns, as dietas de outros, a arte de muitos aspirando a ir mais longe, para tantas vezes atingirem apenas o desvario.
eu cozinho por muitas razões, mas tenho sempre presente a necessidade de comer várias vezes ao dia e se as fatias de bom pão com manteiga ou queijo pontuam os intervalos, na hora de almoçar ou jantar quero alguma coisa saborosa e bem feita. não me lembro já da última refeição tomada só para despachar, numa bomba de gasolina ou de pé ao balcão da pastelaria. tenho fome mas não é assim tanta
uns dias há caril, noutros sopas de bacalhau, guisados de sempre, migas e coentradas várias.
há pratos para chamar a minha filha à cozinha, há pratos para me comover ou comover outros, há sedução e também alguma gabarolice. há de tudo e não é o preço, nem o empratar, nem a nova máquina de fazer espuma de caracóis quem me chama.
eu comecei a andar sobre outros pés, os dos meus avós maternos, os da minha mãe e da família desse lado, onde a comida era o assunto principal à mesa e não a conversa como sucedia do outro lado. não me queixo, gosto de ambos e se do lado da mãe chegou mais comida do lado do pai vieram os livros. tudo a somar
no princípio era tudo cru e algo nos ficou disso, pois aos crus regressamos com as ostras, os sashimis, carpaccios, ceviches e outros como o...
uns dias há caril, noutros sopas de bacalhau, guisados de sempre, migas e coentradas várias.
há pratos para chamar a minha filha à cozinha, há pratos para me comover ou comover outros, há sedução e também alguma gabarolice. há de tudo e não é o preço, nem o empratar, nem a nova máquina de fazer espuma de caracóis quem me chama.
eu comecei a andar sobre outros pés, os dos meus avós maternos, os da minha mãe e da família desse lado, onde a comida era o assunto principal à mesa e não a conversa como sucedia do outro lado. não me queixo, gosto de ambos e se do lado da mãe chegou mais comida do lado do pai vieram os livros. tudo a somar
no princípio era tudo cru e algo nos ficou disso, pois aos crus regressamos com as ostras, os sashimis, carpaccios, ceviches e outros como o...
bife tártaro
fui ao cantinho do avillez por curiosidade e por ter gostado da carta. fui lá para provar o bife tártaro e gostei, também gostei do acompanhamento de batatas fritas. gostei das empadinhas - apesar de muito "inhas" e da farinheira. gostei do vinho e não me lembro se gostei (ou se comi) sobremesa. gostei da companhia mas já gostava antes e foi comigo - o Avillez é alheio a isto. não gostei da luz, nem da proximidade das mesas, nem do serviço. ainda não voltei lá, talvez volte (talvez não) mas alguma coisa se perdeu nessa altura.
no entanto ficou a vontade de fazer um bife tártaro, porque sim, para seduzir também, para ver se conseguia.
fiz e saiu bem, repeti e saiu bem de novo.
fiz e saiu bem, repeti e saiu bem de novo.
- carne boa é importante, não tem de ser lombo de vaca, mas tem de ser uma carne saborosa e bem limpa de peles e gorduras.
- a carne deve ser picada à mão com uma faca bem afiada. primeiro tiras finas contra o veio da carne, e depois no sentido contrário para obter pequenos cubos.
- para acabar e sem destruir a faca nem a tábua, ir picando a carne até ter a consistência desejada(!!!). se for picada na máquina a carne fica mole demais
- juntar outros sabores é fundamental para esta carne crua ter o seu esplendor. as quantidades indicadas são aproximadas e para 350/400g de carne limpa e assim dá-se de comer a 3 gulosos
- usei chalotas na primeira vez e cebola roxa na segunda (gostei das duas) muito bem picadas - 1 colher de sopa bem cheia ou um pouco mais
- alcaparras e cornichons - 1 colher de chá de cada, ambos picados
- 1 colher de sopa de maionese misturada com 1 colher de chá de mostarda de Dijon.
- borrifos de molho inglês (worcestershire sauce)
- sal e pimenta preta moída
misturei tudo, formei um hamburger que servi com batatas fritas longas e finas e umas folhas de alface temperadas com um azeite. limão e sal
Será que sou a primeira a comentar?
ReplyDeletePois então que este seja o primeiro post de muitos e bons.
E a propósito de sopas a minha avó fazia um puré de favas secas que era de comer e chorar por mais.
A foto das favas está fantástica.
Foi um bom começo para os comentários.
DeleteA foto é minha, tirada a umas favas que chegaram pelo correio em resposta a um texto que escrevi na Padaria. São favas da "Rainha dos Couratos" e com elas fiz um puré quase como a fava rica da minha memória. Quase...
Seguirei, atentamente. «Tudo o que se come tem uma história» ninguém diria melhor.
ReplyDeleteEu troco a maionese por ketchup e faço o resto tudo igual.
ReplyDeleteMas, não sei porquê, continua a ser um prato que prefiro comer fora de casa, especialmente acompanhado por um bloody mary.
Depois de reler o texto fiquei admirado por ver tanta gente lá dentro, alguns apenas aludidos, como tu.
DeleteQuanto ao tártaro fico-me pela maionese, mas quero experimentar com o bloody mary
João, o nome é ótimo, assim como a foto das favas elogiada pela Manuela. E os textos, nem preciso comentar - sempre imprescindíveis, visuais. Vida longa ao Sopas de Tudo! (fiquei a pensar na sopa de café com leite - vai pão e açúcar na tigela? É assim que faço a minha)
ReplyDeleteUm abraço, N
Neide, é bom ler essas palavras suas e quantos às sopas de café com leite são mesmo isso. Chegaram longe as "sopas"
DeleteParabéns JP, mesmo à distancia vou seguir o sopas de tudo com tanto interesse como segui a padaria.
ReplyDeleteUm abraço e se quiseres ver por onde ando espreita o jrtnaalbania.blogspot.com
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