Foi no passado fim de semana que as vi no Mercado das Conchas. Vi, comprei e alterei os meus planos de refeição para as incluir.
No que toca aos "grandes clássicos" cada um tem os seus, e lembra-se do que quiser, regressando ao que lhe serviram nesses anos formativos em que Mães, Avós ou Outros lhe prepararam pratos singelos mas inesquecíveis.
As favas começaram por me desagradar (como deve acontecer à maioria das pessoas) e depois entranharam-se em todas as versões, embora as congeladas continuem a causar-me tristeza e, sem dúvida, que mais vale esperar
- Puré de favas
- Sopa de favas (com pão, hortelã e as favas a boiar no caldo onde cozeram....)
- Sopa de fava rica (com as favas secas)
- Favas cozidas com azeite e coentros (para acompanhar peixe frito, diria a minha Avó Celeste)
- Favas aporcalhadas (com entrecosto e cacholeira)
- Salada de favas com requeijão
- ...
Estas que iniciaram a época, foram com entrecosto e chouriços (as tais aporcalhadas) e para as comer estava a minha princesa que vai crescendo na altura, nos gostos e em tudo o que importa.
O comentário dela depois de comer e repetir foi:
- Não percebo como é que eu não gostava de favas. Ainda me lembro da primeira vez que as comi na Noélia. Eram deliciosas e trouxemos uma caixa para casa para voltar a comer ao jantar ...
A Noélia.
Ora aí está!
A Noélia tem as melhores favas que conheço, mas até cruas são melhores que as outras todas.
É do clima dizem, ou do carinho, digo eu, pois ela acarinha-as no tacho até à perfeição. Com o perfume dos coentros e o calor do azeite, até na escrita me deixam a salivar.
Quanto às minhas, são a coisa tradicional. Tempero o entrecosto com sal e uma mistura de sementes de coentros e de cominhos moídos (vende-se esta mistura nas mercearias indianas e fica bem em todos os guisados) e frito-o em azeite. Uma vez alourada a carne, junto cebola picada - 2 cebolas para meio quilo de entrecosto, estará bem - 2 alhos picados, uma colher de sopa com concentrado de tomate, chouriço de carne e cacholeira, sal, pimenta e deixo cozinhar com a tampa posta durante 20 minutos ou mais. Ao lado tenho agua a fervilhar para juntar (pouca e aos poucos) quando entrarem as favas. Uma colherinha de açúcar também não é má ideia.
As favas não precisam de mais que 10 minutos, se forem novas e tenras - se não forem, ou se forem congeladas é melhor tirar-lhes a pele...
No fim junto coentros picados com uma ou duas folhinhas de hortelã para dar um perfume de mistério.
Este ano fiz para abrir a temporada mergulhei as favas num molho de tomate bem apurado, com ovos caseiros escalfados. E partilhei-as com a minha miúda de ano e meio, que as comeu de colher na mão, toda deliciada!
ReplyDeleteVamos lá ver se este amor às favas é para durar, que eu tb só lhes comecei a tomar o gosto em adulta.
é verdade que de pequenino é que se torce o pepino, certo? comigo, as ditas favas, tardaram a agradar, embora fossem comidas, mas contrariado
DeletePosso dizer que ainda estou na fase de as olhar de lado apesar de as fazer para satisfação da cara-metade (devem ser o seu prato favorito, como a canção do outro :) )
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