Às vezes é difícil fazer as coisas que mais quero.
Hoje teria sido preparar (tirar a pele e filetar) um linguado, que depois seria transformado em cilindro (por meio duma ballotine) cozinhado sous-vide (66º) e finalmente, coberto por uma viennoise de parmesão, para assim seguir até ao grill. Aí, a protectora vieinnoise (um fino rectângulo congelado de parmesão, manteiga, pão ralado e alho) derreteu-se sobre o peixe, tomando a forma de capa cilíndrica, enriquecendo o resultado com os sabores referidos, mais o efeito do calor intenso.
Não pude fazer pois havia mais quem quisesse, e porque tenho fama de já saber fazer coisas, algumas que nunca tinha visto antes, como este "Sole en viennoise de parmesan", fico a ver, para que outros se iniciem. É justo. Muitos na verdade, precisam de ter estas oportunidades, que eu da idade deles nem sonhava. Assim vão crescendo em direcções mal imaginadas ainda, mas certamente diferentes dos planos iniciais. Diferentes e mais ricas.
Também nestes casos vou aprendendo coisas úteis como a paciência e o silêncio. O ajudar e o esperar. Partilhar. Participar. E no fim limpar.
foto: vivian liu
Hoje foi mais um belo dia, com muito trabalho e muitos peixes para preparar - Caril tailandês com pescada, robalo em crosta de sal (com farinha), filetes de Peixe Galo, o tal linguado e ainda uns berberechos à Bulhão Pato.
Depois, subimos orgulhosamente as escadas que levam à cantina, ostentando o nosso almoço - o caril e o robalo - com decisão e fome. Tudo comido até ao rapar dos tachos e tudo muito bom.
Todos os dias são novos e acabam com sorrisos.
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