Quando me ofereci para fazer uns lombos
de porco, nem sonhava que por isso ficaria a escrita entupida.
Começando pelo princípio.
Há algum tempo atrás, descobri com
assombro, que se comprar o lombo de porco com osso, custa em média
menos 1 euro por kilo. Depois pede-se para tirar o osso e com mais uns
golpes certeiros temos o chamado piano. A diferença de preço é
inexplicável mas real.
Neste caso usei os ossos para colocar
na assadeira entre alhos, quartos de cebola, folhas de louro, azeite
e os temperos do costume. Por cima dos ossos arrumei os lombos que
estavam temperados com massa de pimentão, massa de alho, oregãos e
uns cubos de banha de porco.
Foi assim a assar durante pouco menos
de 1 hora. Nesse tempo fui regando com vinho branco e o líquido que
“nascia” no fundo do tabuleiro. Bons aromas e boa cor era o
objectivo. Para não falhar, usei o termómetro da carne e aos 65º
apaguei o forno, mas deixei lá a carne mais 15 minutos.
Depois disso retirei do tabuleiro a
carne e os ossos e fiz o molho com tudo o resto.
Estava terminada a função culinária
(achava eu). Os lombos pedidos estavam prontos para enviar, junto com
a lasagna de cogumelos que também seguiu para a mesma festa de anos.
Foi então que olhei para os ossos e, por gulodice, tirei um pouco de carne para provar.
Estava deliciosa e por isso, tratei de
a separar dos ossos. Era bastante e merecia atenção.
Os próprios ossos ainda podiam dar
qualquer coisa e comecei a pensar num arroz usando os ossos para
preparar o caldo.
Levei uma frigideira ao lume e aí
deitei um fio de azeite, os ossos, uma cebola, uma cenoura e um dente de alho
(tudo mais ou menos picado), uma malagueta e uma folha de louro. Primeiro salteei e
depois juntei água para fazer o tal caldo. Uma vez este coado e
temperado avancei para o arroz.
Lembrei-me duma receita que nunca me
saíra muito bem, um arroz tipo paella, com carne de porco e
espinafres e avancei por aí.
Salteei o arroz(usei agulha por falta
do bomba ou calasparra ( os que usam em Espanha e são mais adequados a estes tratos)
numa mistura de azeite e manteiga, deitei açafrão, cominhos, coentros, pimenta preta, cravinho e um nadinha de de canela (tudo moído). Depois juntei a carne e o caldo (o triplo
do arroz) e esperei que levantasse fervura.
Deixei a fervilhar na frigideira e fui tratar dos espinafres, que depois de lavados, salteei levemente em azeite para fazerem companhia ao arroz no último minuto de lume.
Deixei a fervilhar na frigideira e fui tratar dos espinafres, que depois de lavados, salteei levemente em azeite para fazerem companhia ao arroz no último minuto de lume.
O caldo foi secando e quando já quase
tinha sido todo absorvido, apaguei o lume, espremi meio limão por
cima e deixei-o descansar com um pano em cima, por 5 minutos .
Os sabores fortes do caldo e da carne, são equilibrados pelos espinafres e o limão do final. Um pequeno milagre que ficou tão bom que ainda agora receio que tenha sido por acaso. Vou repetir em breve e se ficar de novo assim, voltarei ao assunto.
Os sabores fortes do caldo e da carne, são equilibrados pelos espinafres e o limão do final. Um pequeno milagre que ficou tão bom que ainda agora receio que tenha sido por acaso. Vou repetir em breve e se ficar de novo assim, voltarei ao assunto.
Com os ossos do lombo, que alguns
deitariam fora, fiz uma das melhores refeições dos últimos tempos
e isso deixou-me a remoer até agora.
(escrito no comboio a caminho do Algarve, pensando na possibilidade de chegar às Cabanas a tempo de almoçar na Noélia)
(escrito no comboio a caminho do Algarve, pensando na possibilidade de chegar às Cabanas a tempo de almoçar na Noélia)
Hummmm ai que deve ter ficado tão bom!!!! Acho que vou experimentar! Beijinhos
ReplyDeleteolá, a carne usada para o arroz foi a que tirou dos ossos do cachaço? parece-me muito boa esta ideia, não tenho ras-el-hanout (ainda há-de vir o dia em que poderei responder à questão: qual foi a última coisa que fizeste pela primeira vez? Usei ras-el-hanout! ) mas mesmo assim gostaria de experimentar.
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