05/09/2013

Quando o Gomes de Sá deixou de o ser

A cozinha feita em casa é sempre diferente, por muitas razões e mais ainda quando se cozinha em casa alheia, meio de surpresa, como eu faço tantas vezes porque gosto e os meus amigos também.

Estive mais uns dias em Avis e, depois da visita obrigatória à Tasca do Montinho, seguiram-se refeições caseiras, nas quais sempre que houve oportunidade eu meti o garfo(e a colher) sem reclamações e nalguns casos, com elogios. 
Voltei a fazer aquilo que eu chamava de bacalhau à Gomes de Sá, mas que entretanto descobri que não se pode chamar assim, pois leva pimentos e como a Adriana tinha teimado com razão, o tal do Gomes não os leva. Chamar-se-á outra coisa qualquer, mas é muito bom e apreciado.

Nesta preparação não há nenhum mistério.

Cozo(pouco) o bacalhau em água com cebola, alho, louro, sal e pimenta. Limpo-o de peles e espinhas que depois voltam para a panela onde fervem durante 15 minutos, para largarem o seu sabor na água, onde depois cozo as batatas.
Ao mesmo tempo vou refogando lentamente uma quantidade grande de cebolas às rodelas até estarem bem alouradas. Então junto alhos picados, folha de louro, rego com vinho branco, tempero com sal, pimenta, oregãos e algum tomilho e deixo o vinho reduzir até quase desaparecer.
Em parelelo cozo uns ovos e asso pimentos directamente no bico do gás(um bico para pimentos, outro para ovos, outro para as batatas e outro para as cebolas...)
Com os ovos cozidos e descascados, os pimentos bem queimados e depois limpos de toda a pele e rasgados em tiras, as batatas e as cebolas prontas, passo a arrumar tudo num tabuleiro que possa ir ao forno. Rego com azeite (muito e bom) e enfeito com azeitonas pretas depois de tirar os caroços para não danificar os dentes a ninguém. 
Antes de jantar, basta levar 30 minutos ao forno e servir com uma salada de alface.


Esta bacalhau comido no meio do Alentejo, num jantar de verão ao ar livre com amigos, vinho e uma aragem ligeira teve continuação, pois a seguir veio para a mesa um arroz de galo...

Eu só como o arroz pois sou arrozeira... foram as palavras da Cristina que assim se negou ao bacalhau. E a história continuará mais tarde.

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