...é o mesmo, mas está diferente.
O velhinho(quase 80 anos) mercado estava em decadência e, com muitas bancas vazias, encaminhava-se para um fim sem glória. Agora as coisas mudaram e se conseguirem passar esta fúria inicial, corrigir o que está mal e aproveitar o que está bem, pode ser um caminho interessante, que embora já testado noutros países, é novo por cá e tem pernas para se espreguiçar.
A primeira impressão que tive, foi de estar tudo muito arrumado - com as bancas de legumes e fruta que sobraram, a parecerem quase figurantes e não os antigos donos e senhores do lugar.
Mas depois chegaram pessoas e mais pessoas, agarrámos o nosso excelente entrecôte a tempo de conseguir uma mesa, mas assim que depusemos os talheres levaram tudo e limparam a mesa para ver se nos íamos(e fomos)
Não esperávamos a confusão e o barulho excessivo para almas portuguesas (pelo menos para a tua, já que eu sou desalmado) e acabámos por ficar na dúvida sobre o real valor da experiência.
Gostei de algumas coisas que vi. As ostras tinham bom aspecto mas faltava água ou algas, pois só gelo não chega para as tornar atraentes.
O que nos atraiu foi o balcão de carnes que se chama Atalho, onde escolhemos o almoço (entrecôte) por entre várias promessas carnívoras com interesse. Mas por muito correcta (na Argentina) que esteja a designação "entranha de boi" não é atractiva na língua da minha terra.
Também gostei do que vi no balcão americano, com as asas de frango e o entrecosto ( ambos a testar), embora estivesse pouco animado tal como os restantes balcões, um pouco tristes e equivocados numa espécia de circulo vicioso. Se tivessem gente podiam cozinhar com animação e se estivessem a cozinhar com animação talvez as pessoas se interessassem. Decidam-se! Organizem-se! E aproveitem o balanço actual
Não gostei dos preços do vinho a copo, nem da falta de tabuleiros, nem da recolha de lixo muito perto das mesas, nem da pouco facilidade para ir de balcão em balcão quando há muita gente. Não percebi como se pode comprar uma bebida num sítio, uma entrada noutro, etc, sem perder horas... algo não funciona nesse aspecto.
Depois, já nas mesas falta material didático (sal, pimenta, azeite. água... ou a troika não deixa?)
Enfim, saímos de lá a pensar que a hora de almoço durante a semana não é para pessoas que queiram comer e conversar com calma, talvez seja para grupos experimentados no tema, que se espalham judiciosamente com um plano pré-definido (os 2 mais velhos ocupam a mesa, as meninas vão buscar as bebidas, os rapazes recolhem as carnes e no fim vai um de cada vez buscar o seu bolinho ... talvez resulte)
Para primeira impressão não está mal, mas não é a salvação da Pátria e ainda há muito espaço espiritual para melhorar.
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