Prosseguem as
aulas e as aventuras culinárias, principalmente no início da semana, quando
acontecem as aulas práticas. Sucedem-se as receitas , começa a nascer uma base
de trabalho para coisas mais sérias, embora cada momento tenha toda a seriedade
possível e promessas de "no return", ou seja, vamos avançando na direcção certa e um dia ainda saberemos cozinhar. Agora, muitas vezes parece que
andamos a boiar entre as linhas das receitas e as instruções directas dos
Chefs, mas as coisas vão avançando e já demos de comer a muita gente.
Depois do dia do peixe, houve o dia do arroz que incluiu
arroz de cabidela, arroz de marisco, arroz de forno (nesta parte tu
interrompeste a minha descrição, muito ao de leve, com um som de interesse e
aprovação que registei) nasi uduk
(receita indonésia) e um risoto milanês...
Muito arroz e todo
bem confeccionado e comestível. Muita
coisa para aprender nestes processos de cozinhar em quantidades grandes,
panelas grandes, resultados consistentes.
E cada vez sentimos melhor o chão e ligamos os pontos desta caminhada
cujo percurso ainda está pouco visível para além dos passos seguintes.
Vão-se
acendendo luzes.
No fim de semana,
quando se colocou a hipótese de haver companhia à mesa para o nosso almoço de
sábado, comecei a imaginar o tempo a esticar, para te fazer um arroz de forno, parecido com o que havíamos produzido
na escola.
Na minha cabeça torcia-se
o tempo, até ter a carne de vaca cozida, e isto antes ainda
de a comprar. Por fim lá cheguei à fala
com o talhante: Maçã do peito (vaca) e
entrecosto de porco foram as carnes que compradas (na escola também houve frango para melhorar o sabor do caldo), além de um chouriço e uma
morcela.
Fiz um caldo com
alho francês, cebola, alho, cenoura, aipo, louro, sal e pimenta e aí cozi as
carnes. Uma vez cozidas, coei o caldo, para depois fazer o arroz, e parti as
carnes, em cubos, as frescas e às rodelas, as enchouriçadas.
Com o relógio a
avançar e eu pensando que a carne de vaca devia ter ficado mais 30 minutos a
cozer, passei para o refogado do arroz.
Num tacho com
azeite, refoguei alho, cebola e aipo, com folha de louro e pimenta, até a
cebola começar a alourar. Juntei o arroz para fritar um pouco antes de juntar
umas colheres de caldo e uns pés de hortelã. Fervilhou durante 5 minutos e foi para o forno num
prato com caldo suficiente para cozer e ficar seco. Sobre o arroz foram as
carnes cortadas e assim que o arroz começou a alourar (10 minutos a 180º ?)
apaguei e pouco de pois servi.
Acho que tu gostaste.
Eu gostei do sabor, mas achei que a carne de vaca precisava de ter cozido mais.
Os restantes (2) convivas, comeram animadamente e sem protestar, por isso foi um
sucesso, regado com um tinto do Torrão, que se portou bem.
A comer de costas para o mar, este arroz tão enraizado no interior territorial, íamos escutando o mar a levantar a sua crista. Era a Ana a chegar, que agora até o vendaval tem nome por cá.
A comer de costas para o mar, este arroz tão enraizado no interior territorial, íamos escutando o mar a levantar a sua crista. Era a Ana a chegar, que agora até o vendaval tem nome por cá.
As fotos foram feitas durante a aula na EHTL, e são da autoria de Vivian Liu