12/12/2017

Arroz de forno com vista para o mar



Prosseguem as aulas e as aventuras culinárias, principalmente no início da semana, quando acontecem as aulas práticas. Sucedem-se as receitas , começa a nascer uma base de trabalho para coisas mais sérias, embora cada momento tenha toda a seriedade possível e promessas de "no return", ou seja, vamos avançando na direcção certa e um dia ainda saberemos cozinhar. Agora, muitas vezes parece que andamos a boiar entre as linhas das receitas e as instruções directas dos Chefs, mas as coisas vão avançando e já demos de comer a muita gente.



Depois do  dia do peixe, houve o dia do arroz que incluiu arroz de cabidela, arroz de marisco, arroz de forno (nesta parte tu interrompeste a minha descrição, muito ao de leve, com um som de interesse e aprovação que registei)  nasi uduk (receita indonésia) e um risoto milanês...
Muito arroz e todo bem  confeccionado e comestível. Muita coisa para aprender nestes processos de cozinhar em quantidades grandes, panelas grandes, resultados consistentes.  E cada vez sentimos melhor o chão e ligamos os pontos desta caminhada cujo percurso ainda está pouco visível para além dos passos seguintes. 

Vão-se acendendo luzes.

No fim de semana, quando se colocou a hipótese de haver companhia à mesa para o nosso almoço de sábado, comecei a  imaginar o tempo a esticar, para te fazer um arroz de forno, parecido com o que havíamos produzido na escola.

Na minha cabeça torcia-se o tempo, até ter a carne de vaca cozida, e isto antes ainda de a  comprar. Por fim lá cheguei à fala com o talhante:  Maçã do peito (vaca) e entrecosto de porco foram as carnes que compradas (na escola também houve frango para melhorar o sabor do caldo), além de um chouriço e uma morcela.
Fiz um caldo com alho francês, cebola, alho, cenoura, aipo, louro, sal e pimenta e aí cozi as carnes. Uma vez cozidas, coei o caldo, para depois fazer o arroz, e parti as carnes, em cubos, as frescas e às rodelas, as enchouriçadas. 
Com o relógio a avançar e eu pensando que a carne de vaca devia ter ficado mais 30 minutos a cozer, passei para o refogado do arroz.
Num tacho com azeite, refoguei alho, cebola e aipo, com folha de louro e pimenta, até a cebola começar a alourar. Juntei o arroz para fritar um pouco antes de juntar umas colheres de caldo e uns pés de hortelã.  Fervilhou durante 5 minutos e foi para o forno num prato com caldo suficiente para cozer e ficar seco. Sobre o arroz foram as carnes cortadas e assim que o arroz começou a alourar (10 minutos a 180º ?) apaguei e pouco de pois servi.


Acho que tu gostaste. Eu gostei do sabor, mas achei que a carne de vaca precisava de ter cozido mais. Os restantes (2) convivas, comeram animadamente e sem protestar, por isso foi um sucesso, regado com um tinto do Torrão, que se portou bem.  

A comer de costas para o mar, este arroz tão enraizado no interior territorial, íamos escutando o mar a levantar a sua crista. Era a Ana a chegar, que agora até o vendaval tem nome por cá.


As fotos foram feitas durante a aula na EHTL, e são da autoria de Vivian Liu